Leitura Orante como parte Integrante do Processo Iniciação da vida Cristã
Um encontro com o Deus vivo que nos fala em sua Palavra “A quem nós iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.”(Jo 6,68). Um grande meio para introduzir o povo de Deus no mistério de Cristo é a catequese. Nela se transmite de forma simples e substancial a mensagem de Cristo(Bento XVI, discurso inaugural da V Conferência DAp, p. 274)
A Leitura Orante da Sagrada Escritura, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento do mistério de Jesus-Messias, à comunhão com Jesus-Filho de Deus e ao testemunho de Jesus-Senhor do universo (DAp, 249). No Processo Iniciático há que acentuar a Leitura Orante da Palavra de Deus que com seus passo pedagógicos favorece o encontro com Jesus Cristo (DAp 249)
A mística e a espiritualidade do catequista é alimentada na Sagrada Escritura lida, meditada, rezada e contemplada. Isso é compromisso de cada dia. A Leitura Orante é praticada desde os primórdios da Igreja. Conforme Orígenes, o “cristão perfeito” é aquele que sabe ler e saborear as Escrituras. E no dizer de São Jerônimo, “desconhecer a Escritura é desconhecer Cristo”. Também Santo Ambrósio pede que a leitura da Palavra de Deus seja contínua e diária: – “Tenham, diariamente nas mãos a Sagrada Escritura, a fim de adquirir o conhecimento de Cristo”. Daí a importância de acentuar esta prática no Processo Iniciático da fé.
- Invocando o Espírito Santo de Deus
- Recordando expressões que nestes dias marcaram a caminhada catequética em nossos Regionais
- Recolher todas as expressões significativas nos Regionais com um canto apropriado
Passo: LEITURA DO TEXTO. O que diz o texto?
- Encenado o Texto Bíblico João 1, 35-51
- Ouvindo mais uma vez o texto deixando ecoar em nosso coração as expressões que mais me [nos] chamaram atenção Momento de silencio e interiorização. Podemos nos perguntar/indagar: De que trata narrativa que ouvimos? Quem fala no Texto e como fala? Para quem fala e o que fala? Quais os personagens envolvidos? Como agem e reagem?
Alguns destaques do que diz o texto:
- O contexto é o da vocação dos primeiros discípulos. Natanael é o centro da atenção do evangelista, pois ocupa o maior espaço da narrativa: primeiro Filipe vai ter com ele e anuncia que encontrou Jesus.
BELEZA LITERÁRIA DO TEXTO
Texto | Temas Catequéticos |
1, 35-37 | João Batista testemunha sobre Jesus, “Eis o cordeiro de Deus” |
1, 37-39 | Chamado dos primeiros dois discípulos- os catequistas |
1, 40-41 | André anuncia a Simão que encontrou o “Messias” |
1,42 | O Encontro de Simão Pedro e Jesus |
1, 43-44 | Chamado de Filipe |
1, 45-46 | Filipe anuncia a Natanael que encontrou o “Messias” |
1, 47-50 | O Encontro de Natanael com Jesus e confissão “Filho de Deus” e “Rei de Israel” |
1, 51 | Jesus anuncia sua revelação futura como “Filho do homem” |
2º Passo: MEDITANDO O TEXTO. O que o texto me [nos] diz?
- Há um desejo e busca pelo seguimento de Jesus. Jesus se volta e lança a pergunta:
- O que procurais?. É uma bela pergunta para o começo do processo iniciático. É uma oportunidade para o Mestre Jesus, dar a sua catequese.
- O catequista João Batista aponta o Cordeiro de Deus aos demais discípulos. É a figura do catequista introdutor. No processo iniciático da fé, costumamos apontar Jesus aos demais? Vamos ao encontro das pessoas?
- Na busca dos discípulos está a sede de conhecer Jesus. Nós catequistas ao iniciar nosso ministério tivemos ou temos este sede por conhecer Jesus, ou nos preocupamos mais em dar conta de terminar o livro? Nossa Diocese o que busca? Buscamos um projeto catequético que prima pelo caráter mistagógico ou apenas transmissão de conteúdos programáticos?
- Em nossas Escolas Catequéticas, nos preocupamos com o perfil do facilitador, ou apenas com os dados curriculares? Obviamente, o currículo é sumamente importante e necessário, mas muito mais incisivo hoje, é o perfil do facilitador como pedagogo e mistagogo. O autêntico facilitador faz de seu conteúdo um verdadeiro ensinamento que conduz as verdades reveladas.
- Alagando o versículo: Diz o profeta Isaías que é preciso buscar a Deus enquanto ele se deixa encontrar:“atenção! Vinde procurar-me, ouvi-me e tereis vida nova, farei convosco uma aliança definitiva, um compromisso com firme com Davi. Fiz dele uma autoridade entre os povos, um guia que dá ordens às nações. E vais, agora, convocar uma gente que não conhecias, gente que nunca te conheceu virá correndo te procurar, por causa do Senhor teu Deus, do Santo de Israel que te glorificou. Procurai o Senhor enquanto é possível encontrá-lo, chamai por ele, agora que está perto”(Is 50, 3-6).
- O que buscamos? O que desejamos com o VII Sulão? Buscamos dar sentido a nossa vida pessoal e comunitária? Valorizamos o ministério confiado a nós que é o de ser catequista, discípulo formador de novos discípulos?
- Rabi, onde moras?. Desejo de conhecer: Mestre onde moras? Vinde e vede! Os discípulos tem o desejo conhecer o Mestre. Eles querem criar laços de fraternura com Jesus, por isso perguntam: Rabi, onde moras?. Eles querem permanecer com o Mestre. Foram, viram onde ele morava e permaneceram com Ele aquele dia (Jo 1,39):Ai se deu o processo iniciático que tanto almejamos. Ser Catequista discípulo de Jesus Cristo é uma vocação à comunidade, eles não recebem logo uma missão específica, mas são chamados, antes de tudo, a ir até Jesus para ver, e a permanecer, morar com Ele e prender as primeiras lições da vida. Nossa catequese cria espaço facilitador para a experiência do ir e permanecer? Tenho procurado permanecer junto a Jesus e a comunidade Cristã? O que me/nos impede de fazer a experiência do permanecer?
- O encontro dos discípulos com Jesus foi o espaço do aprendizado do conviver, experimentar, conhecer para poder testemunhar? Nossa prática catequética facilita a dimensão vivencial e experiencial da fé?
- Experiência: palavra latina, experientia vem experiri, que significa: por à prova, verificar, envolver-se com algo ou com alguém.
- Experimentar: após experimentar a adquirir gosto pelo experimentado o salmista nos diz: Provai e Vede como o Senhor é bom, Feliz de quem nele encontra seu refugio (Sl 34, 9).
- Permanecer ou morar expressa, muitas vezes, a união vital permanente com Jesus. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto diz Jesus em Jo 15,5
- O catequista Discípulo, formando e formador de novos discípulos há que primar por espaço e tempo de convivência com a Palavra. Descobrir a beleza do seu ministério.
- No texto é André quem dá a primeira noticia de que encontrou o Messias. Nós ao fazermos a experiência da fé, temos a alegria de sai anunciando e contagiando novos catequistas?
- A pedagogia de Jesus é a de ir ao encontro das pessoas. Ele é o itinerante do Pai. O catequista que saem de cidade em cidades levando a Boa-Nova. Tornando sua Pessoa conhecida, pois Ele mesmo é a Boa – Noticia. Como está a dimensão querigmática em nossa catequese? Temos priorizado o anúncio de Jesus Cristo ou anunciamos a nós mesmos?
- Felipe declara que encontrou Aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas. Ou seja, situa Jesus no contexto de seu povo. Felipe aprendido na catequese que viria um profeta, o que restauraria Israel. O conhecimento das Escrituras é necessário para situar o querigma. Nós procuramos conhecer e praticar os ensinamentos das Escrituras? As Escrituras é o que dá o horizonte em nossa missão. Ela é Fonte de todo processo iniciático.
- Natanael muda de conceitos e estado de vida ao encontrar-se com Jesus. Professa sua fé em Jesus de Nazaré, o Cristo da fé. Nosso encontro com o Mestre Jesus nos transformou? Mudou nossa vida para melhor? Ajudou-nos como Igreja a conquistar e atrair novos discípulos?
- Jesus diz a Natanael que verá coisas maiores do que essas. Acreditamos em Jesus, porque vemos coisas grandes ou porque sua proposta nos convence? Estamos convencidos de que Ele é o Caminho que nos conduz ao Pai?
3º Passo: ORAÇÃO. CELEBRANDO AS DESCOBERTAS DO TEXTO: O que o texto nos/me faz dizer a Deus?
A Experiência profunda com Jesus estimula, impulsiona É algo constante e dinâmico, para cada encontro com Cristo é uma tarefa diferente a ser cumprida, é por isso que constantemente devemos nos encontrar com Cristo. Devemos nos encontrar com Cristo. Ficar com Jesus nutrindo a mística e a espiritualidade ao ponto de dizer como o Apóstolo Paulo: Já não sou eu que vivo mas é Cristo que vive em mim Essa Experiência profunda me impulsiona nos leva-me às águas mais profundas. Quais as descobertas que gostaríamos de colocar nas mãos de Deus como ato de gratidão pela sua presença na Palavra que nos mantém sempre disposto a re-expressar com fidelidade criativa ? Momento de silêncio e retomada
4º PASSO. CONTEMPLAÇÃO. CONTEMPLAR A BELEZA DO TEXTO E SUA CONSEQUENCIA PARA A MISSÃO
De tudo o que vimos e ouvimos que compromisso, EU, minha Diocese e meu Regional levaremos como compromisso de uma MISTAGÓGICA COMO NOVO CAMINHO FORMATIVO DE CATEQUISTAS? Vendo Jesus passar, João Batista diz: “Eis o Cordeiro de Deus”. João chama Jesus dessa forma porque descobriu nele o cordeiro pascal (Ex 12) e o servo sofredor (Is 53), síntese das expectativas de libertação. Eles descobrem que em Jesus esta a resposta a todos os seus anseios. Quais os anseios que este VII SULÃO provocaram em mim/nós?
– Ser/Fazer. Antes de Fazer, temos que Ser. Antes de sair em missão temos que entrar em estado de missão. Antes de sermos missionários devemos ser discípulos. Antes de sair devemos entrar em nosso interior e Antes de sair devemos entrar em nosso interior e encontrar Jesus no mais profundo de nosso ser. Antes de Falar sobre Deus, temos que falar com Deus. A experiência vivida nestes dias ajudou-nos a descobrir novos métodos para a formação de nossos educadores da fé?